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terça-feira, 24 de agosto de 2010

A Medicina Esportiva – Modelo Organizacional e Prevenção das Lesões

INTRODUÇÃO

Com a permanente mudança de hábitos da população geral e o crescimento da busca por um estilo de vida mais saudável, a Medicina do Esporte é uma área em franca ascensão. O curioso é que o esportista amador é quem mais vem aumentando a parcela de procura por este serviço. É só olharmos a nossa volta e perceber a quantidade de atletas que vêm tomando os locais públicos voltados à prática esportiva, como o ciclismo, corrida, futebol, vôlei, skate, kitesurf, musculação, dentre vários outros.

HISTÓRIA

No século II d.C. Galeno foi reconhecido como o primeiro médico de um time, quando na época tratava de gladiadores. Naquela época, ele já identificava o risco de alguns eventos esportivos, realizando grande quantidade de pesquisas em anatomia, fisiologia e lesões esportivas. . Galeno não acreditava em exercícios excessivos, recomendando exercícios moderados para a prevenção de doenças e o culto à boa saúde

ORGANIZAÇÃO DA EQUIPE

Além da equipe que disputa a competição dentro de campo, quadra, pista, etc; também deve haver uma sintonizada equipe extra-campo para que tudo funcione da maneira mais harmoniosa possível. Esta equipe multidisciplinar é constituída por diversos profissionais como o treinador atlético, o técnico, o médico, o próprio atleta, educador físico, fisiologista, fisioterapeuta, odontólogo, psicólogo, nutricionista, além de vários outros profissionais de saúde (isso vai variar de acordo com cada equipe) e por que não, os pais e/ou tutores do atleta. Cada qual, apesar de exercer sua função específica, deve interagir com o restante da equipe.

LESÕES NA PRÁTICA ESPORTIVA

Independente do nível de atividade existe potencial para um traumatismo. O médico do time supervisiona todos os aspectos do programa de medicina esportiva, que englobam o condicionamento para prevenção de lesões, um protocolo de atendimento de emergência para lesões e doenças, bem como o tratamento e a reabilitação destas condições. É importante que antes de iniciar um protocolo de atividades físicas, procure-se uma avaliação profissional do real estado físico e de saúde, já que o exercício feito de forma incorreta e a extrapolação do limite individual podem ocasionar sérios riscos à saúde.

PREVENIR X REMEDIAR

Esses dois modelos já foram e continuam sendo testados desde os primórdios da história da medicina. É inegável que após a descoberta do antibiótico em 1928 e seu uso como profilático ou terapêutico, a melhora na saúde fez que com que a população vivesse por mais tempo. No Brasil, podemos citar o modelo preventivo com as vacinas, que evitam que milhões de pessoas adoeçam e que o governo gaste com pacientes internados. Mas o que isso tem a ver com a Medicina Esportiva? É que nessa especialidade também há os dois modelos. O Modelo da Doença segue o princípio “conserte quando quebrar”, ou seja, vai tratar do atleta após ele já ter tido a lesão. O paciente é submetido a tratamento clínico ou cirúrgico e depois é reabilitado para a prática esportiva. O Modelo Preventivo tentar evitar que a lesão ocorra (apesar de aceitar que é impossível impedir 100% das lesões), podendo-se valer de várias formas, desde equipamentos de proteção, como capacetes apropriados, cotoveleiras, joelheiras, caneleiras a fortalecimento muscular e alongamento, por exemplo. Também objetiva evitar que uma patologia inicial progrida para estágios mais avançados ou cronifique.

CONCLUSÃO

A prática de esportes é um hábito extremamente saudável, desde que haja uma avaliação e acompanhamento especializado e que os limites do próprio indivíduo sejam respeitados. É importante a definição do objetivo de cada um: se tem pretensão de ser um atleta de ponta (e se realmente há condições pra isso) ou se apenas deseja ter uma vida saudável, tendo o esporte como um hobby.

Felipe Ferreira Lima Brasil, além de alvinegro, é Médico Residente em Ortopedia e Traumatologia no Instituto Dr. José Frota (IJF).

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